O mercado de soja no Brasil segue em ritmo de cautela, com cotações estáveis e atenção voltada ao avanço do plantio em importantes regiões produtoras. De acordo com informações da TF Agroeconômica, o Rio Grande do Sul mantém preços sem grandes variações. Para pagamento em 15 de outubro, com entrega neste mês, o valor no porto foi reportado a R$ 136,20 por saca, enquanto no interior, as referências giram em torno de R$ 131,00/sc em cidades como Cruz Alta, Passo Fundo, Santa Rosa e São Luiz. Em Panambi, o preço recuou para R$ 120,00/sc, refletindo menor liquidez no mercado físico.
Em Santa Catarina, o setor segue em período de planejamento, ainda com baixa movimentação comercial. O estado atravessa uma fase de entressafra logística, aguardando condições climáticas mais favoráveis para o início efetivo das operações. No porto de São Francisco do Sul, a saca é cotada a R$ 136,24, sem grandes alterações no curto prazo.
Já o Paraná se destaca com o plantio mais rápido de sua história, impulsionando o ritmo nacional. As cotações também mostram estabilidade: em Paranaguá, a saca foi negociada a R$ 137,87 (+0,06%); em Cascavel, a R$ 127,67 (+0,05%); em Maringá, R$ 127,94 (+0,56%); e em Ponta Grossa, R$ 129,13 (-0,20%). No balcão, o preço permanece em torno de R$ 120,00/sc.
Centro-Oeste inicia plantio com otimismo, mas logística preocupa produtores
O Mato Grosso do Sul iniciou o plantio da nova safra com projeções otimistas e expectativa de produção histórica, embora as margens sigam pressionadas. Em Dourados, Campo Grande e Sidrolândia, a saca foi cotada a R$ 122,12 (-2,14%), enquanto Chapadão do Sul registrou R$ 119,91 (-0,51%).
No Mato Grosso, apesar de o ciclo estar em fase inicial, o aumento do transporte de insumos já pressiona a logística e os fretes agrícolas, considerados gargalos estruturais que podem impactar a competitividade regional. Em Campo Verde, a soja foi cotada a R$ 121,30 (-0,16%); em Lucas do Rio Verde e Nova Mutum, R$ 117,72 (-0,10%); e em Rondonópolis e Primavera do Leste, R$ 121,30 (-0,16%).
Soja mantém estabilidade na Bolsa de Chicago, apoiada pelo óleo e pressionada pelo farelo
No cenário internacional, a soja segue operando em faixa estreita de preços na Bolsa de Chicago (CBOT), refletindo a ausência de novos fatores de mercado. Nesta quarta-feira (8), as cotações registraram alta entre 0,50 e 0,75 ponto, com o contrato de janeiro cotado a US$ 10,39 e o de maio a US$ 10,67 por bushel.
O leve avanço foi sustentado pelo óleo de soja, que subiu quase 1% na sessão, enquanto o farelo apresentou queda, pressionado pela competitividade do produto argentino. Segundo analistas, os fundamentos permanecem baixistas, com colheita avançando nos Estados Unidos, plantio acelerado no Brasil e China ausente das compras de soja norte-americana.
Expectativas nos EUA e tensões comerciais mantêm incertezas no mercado global
Na terça-feira (8), os contratos futuros de soja encerraram o pregão em alta moderada, diante de incertezas econômicas e ausência de dados fundamentais. O contrato para novembro subiu 0,42%, fechando a US$ 1.022,00, enquanto o vencimento de janeiro avançou 0,36%, a US$ 1.039,50 por bushel. O farelo de soja teve leve valorização de 0,04%, a US$ 268,90 por tonelada curta, e o óleo de soja subiu 1,49%, cotado a US$ 50,53 por libra-peso.
A alta foi influenciada pelas expectativas em torno de um pacote de auxílio aos agricultores dos Estados Unidos, que o governo americano deve anunciar ainda nesta semana. Especialistas avaliam que, se concretizado, o programa pode ter impacto neutro ou levemente positivo sobre os preços, dependendo dos valores liberados.
Segundo Andrey Sizov, diretor da SovEcon, não há sinais de retomada no comércio de soja entre EUA e China. Ele ressalta que Pequim deve manter postura cautelosa, adiando novas negociações até 2026, próximo das eleições de meio de mandato nos EUA.
Com isso, a soja tende a seguir estável nas próximas sessões, aguardando novos impulsos — seja pelo programa americano ou por avanços nas relações comerciais internacionais.
Fonte: Portal do Agronegócio
Fonte: Portal do Agronegócio