A preparação das fêmeas para a estação de monta é considerada um dos momentos mais estratégicos da pecuária de corte. Um plano alimentar bem estruturado garante que as matrizes atinjam a condição corporal ideal, fator diretamente ligado à fertilidade, capacidade de concepção e desempenho reprodutivo. Além disso, a nutrição adequada prepara o organismo para os desafios da gestação e da lactação, beneficiando tanto a saúde das fêmeas quanto o desenvolvimento dos bezerros.
Condição corporal: indicador essencial para sucesso reprodutivo
A condição corporal é um dos principais indicadores do estado nutricional das matrizes. Fêmeas com baixo escore corporal possuem reservas insuficientes para sustentar a reprodução, podendo apresentar anestro prolongado e baixa taxa de concepção. Por outro lado, animais com excesso de escore enfrentam riscos como distocia e menor eficiência reprodutiva.
“A condição corporal ideal é fundamental para o retorno da atividade ovariana pós-parto e para a manutenção da gestação, impactando diretamente o intervalo entre partos e a taxa de natalidade”, destaca Mariana Lisboa, gerente nacional de Nutrição da Supremax.
Nutrientes essenciais para o ciclo reprodutivo
O equilíbrio nutricional envolve energia, proteína, minerais e vitaminas, cada um com funções específicas:
- Energia: suporta funcionamento ovariano e produção hormonal.
- Proteína: essencial para desenvolvimento embrionário.
- Minerais (fósforo, selênio, zinco, cobre) e vitaminas (A, D, E): fundamentais para saúde reprodutiva e imunológica.
A suplementação é indicada para corrigir deficiências da dieta base, principalmente em períodos de menor qualidade da forragem. Ela fornece aminoácidos para produção hormonal, regula a função ovariana e aumenta a viabilidade embrionária, permitindo que as fêmeas expressem todo seu potencial reprodutivo.
Momento certo para o ajuste nutricional
O ajuste da dieta deve ocorrer 60 a 90 dias antes do início da estação de monta, período conhecido como flushing. Segundo Mariana, essa preparação gradual regula o metabolismo hormonal, otimiza a função ovariana e garante que as matrizes alcancem a condição corporal ideal no momento crítico do ciclo reprodutivo.
Importância do manejo das pastagens
Pastagens bem manejadas são a base da dieta e garantem fornecimento adequado de matéria seca, energia e proteína. Áreas degradadas ou mal conduzidas podem gerar deficiências nutricionais que não são totalmente compensadas pela suplementação.
“A base forrageira precisa ser sólida para que o suplemento funcione como complemento e não como substituto”, explica a gerente da Supremax.
Benefícios de uma nutrição adequada
Uma nutrição estratégica previne problemas metabólicos e sanitários, aumentando a resistência a doenças infecciosas e reduzindo incidência de distúrbios como cetose, hipocalcemia e retenção de placenta. Além disso, melhora a vitalidade dos bezerros, diminui casos de distocia e prolonga a longevidade produtiva das vacas.
O monitoramento contínuo do escore de condição corporal (ECC) permite ajustar a dieta de forma direcionada, otimizar recursos e potencializar resultados, funcionando como um verdadeiro “termômetro” do programa nutricional.
Erros comuns e impacto na produção
Entre os equívocos frequentes estão: iniciar a suplementação tardiamente, não avaliar o ECC regularmente, depender exclusivamente da pastagem e tratar todas as categorias de forma homogênea. Também são negligenciadas a análise da forragem e a divisão de lotes por escore ou fase fisiológica.
Quando bem executado, o plano nutricional traz resultados expressivos: aumenta a taxa de concepção, reduz intervalo entre partos, melhora o peso e vigor dos bezerros, aumenta a eficiência do uso de touros e reduz custos veterinários, garantindo maior rentabilidade e produtividade para a fazenda.
“Nutrição estratégica é investimento. Cada decisão correta nesse período se traduz em mais bezerros, maior eficiência e rentabilidade”, conclui Mariana Lisboa.
Fonte: Portal do Agronegócio
Fonte: Portal do Agronegócio