A busca por soluções sustentáveis tem crescido globalmente desde a década de 1970, com destaque para iniciativas que visam reduzir impactos ambientais e gerar créditos de carbono. No Brasil, a maior parte desses projetos está concentrada na Amazônia Legal, segundo o Painel de Carbono Florestal (Idesam).
No Paraná, porém, um projeto inovador surgiu durante a pandemia da covid-19, trazendo atenção para o reaproveitamento de resíduos urbanos: a borra de café.
De resíduos domésticos a pellets industriais
O corretor de proteína animal, Luiz Zolet, teve a ideia de reaproveitar a borra de café em 2019. Ao observar resíduos secos no lixo de uma vizinha, percebeu que poderiam ser transformados em algo útil. A partir desse insight, iniciou pesquisas para descobrir como o resíduo poderia ser aproveitado, considerando que o Brasil descarta cerca de 8 mil toneladas de borra de café por dia.
Inicialmente, tentou extrair óleo da borra, mas o processo se mostrou inviável economicamente. Com persistência, Zolet desenvolveu pellets de borra de café, transformando o resíduo em biomassa sólida para aquecimento industrial, comercial e residencial.
Em março de 2022, com apoio financeiro do governo do Paraná, a startup Bricoffee foi oficialmente criada, iniciando a produção de pellets como biocombustível sustentável.
Impacto ambiental e funcionalidade dos pellets
Segundo Zolet, a decomposição natural da borra de café leva de 50 a 60 dias, gerando passivo ambiental significativo. Ao transformá-la em pellets, a Bricoffee:
- Reduz impactos ambientais;
- Produz combustível sólido com alto poder calorífico, superior ao de pinus e eucalipto;
- Gera uma alternativa à lenha, contribuindo para evitar o desmatamento;
- Pode ser usado em aviários, fornos industriais, aquecimento de água em hotéis e residências.
Expansão para Minas Gerais e patente em andamento
Em agosto de 2024, a empresa transferiu sua sede para Varginha (MG), visando facilitar o acesso a grandes fornecedores de matéria-prima.
Ainda em 2022, a Bricoffee deu entrada no pedido de patente junto ao INPI, destacando a inovação de transformar subprodutos agroindustriais, como a borra de café, em pellets de alto rendimento energético.
Capacidade de produção e planos futuros
Atualmente, a Bricoffee produz 12 toneladas de pellets por dia. Com a construção de uma nova linha de produção, a expectativa é ampliar a capacidade para 20 a 25 toneladas diárias até junho de 2026, contribuindo para a redução significativa de resíduos de café e fortalecendo a sustentabilidade no setor industrial e doméstico.
“Nosso objetivo é transformar um resíduo urbano em fonte de energia limpa, acessível e eficiente, gerando benefícios ambientais e econômicos”, destaca Zolet.
Fonte: Portal do Agronegócio
Fonte: Portal do Agronegócio

























