Leve deflação marca o custo do leite cru em setembro
O custo de produção do leite cru no Rio Grande do Sul registrou leve deflação de 0,64% em setembro, segundo o Índice de Insumos para Produção de Leite Cru (ILC), divulgado nesta quarta-feira (5) pela equipe econômica da Federação da Agricultura do Estado do Rio Grande do Sul (Farsul).
O recuo foi impulsionado, principalmente, pela queda nos preços da soja e do milho, principais componentes da alimentação do rebanho leiteiro. O relatório também apontou retração de 0,67% na silagem e 0,77% no concentrado, fatores que reforçaram o alívio nos custos variáveis do produtor.
Queda do câmbio e impacto nos fertilizantes
Outro ponto favorável foi a redução de 1,7% no câmbio, que influenciou diretamente o preço dos fertilizantes, resultando em queda de 2% nesse item. Como o Brasil importa mais de 80% dos fertilizantes utilizados, o movimento cambial exerce forte impacto na formação de preços do insumo.
Apesar da deflação em parte dos custos produtivos, o relatório chama atenção para a alta nos combustíveis (0,24%), acompanhando o aumento do barril de petróleo, e para o avanço contínuo da energia elétrica, que teve a sétima alta consecutiva, subindo 4,2% em setembro. Esses fatores têm pressionado os custos fixos das propriedades rurais.
Desaceleração da inflação e reflexos no setor leiteiro
No acumulado de 2024, o ILC apresenta deflação de 3,29%, movimento que acompanha o IPA-DI da Fundação Getulio Vargas (FGV), que registra recuo de 4,03%. Essa correlação entre os dois indicadores reforça a tendência de arrefecimento dos preços no atacado e dos insumos agropecuários.
Em 12 meses, contudo, o índice ainda aponta alta acumulada de 6,48%, com aumentos expressivos em fertilizantes (16,2%), sal mineral (15,8%), energia elétrica (10,5%), silagem (6%) e concentrado (3%). Esses dados mostram que, apesar do alívio recente, os custos estruturais ainda permanecem elevados para os produtores.
Perspectivas de moderação e desafios para o próximo mês
A Farsul avalia que o setor começa a experimentar um processo de desaceleração inflacionária nos insumos agropecuários, resultado dos efeitos defasados da política monetária contracionista. A entidade projeta leituras negativas no acumulado de 12 meses a partir de novembro, o que representaria uma melhora gradual nas margens do produtor.
Para outubro, a expectativa é de nova queda nos preços do milho e da soja, o que deve continuar reduzindo os custos com alimentação animal. Por outro lado, a valorização recente do dólar pode elevar os preços dos fertilizantes e combustíveis, limitando o avanço da deflação no curto prazo.
Fonte: Portal do Agronegócio
Fonte: Portal do Agronegócio



























