O Brasil deve encerrar a safra 2024/25 de algodão com produção em torno de 3,8 milhões de toneladas de pluma, consolidando-se como segundo maior produtor mundial, atrás apenas dos Estados Unidos. A colheita está em fase final em Mato Grosso e Bahia, principais estados produtores. Para o próximo ciclo (2025/26), a expectativa é de estabilidade, com área semelhante à atual e produção prevista em 3,86 milhões de toneladas.
Apesar da produção robusta, os produtores enfrentam custos crescentes. Em Mato Grosso, por exemplo, o gasto médio por hectare da safra 2025/26 foi estimado em R$ 10.776,94, alta de 12,3% em relação ao ciclo anterior. O Custo Operacional Efetivo (COE) chegou a R$ 15.407,20/ha, o maior desde 2022/23. A pressão vem sobretudo dos defensivos, fertilizantes e despesas de pós-colheita.
Os preços da pluma permaneceram praticamente inalterados na última semana. Em São Paulo (CIF), a cotação ficou em R$ 3,68 por libra-peso. Em Rondonópolis (MT), o valor foi de R$ 3,49 por libra-peso, equivalente a R$ 115,26 por arroba. Segundo especialistas, a tendência é de estabilidade no curto prazo, com negócios concentrados em contratos futuros para 2026.
Entre os dias 1º e 19 de setembro, o Brasil exportou 104,6 mil toneladas de algodão, gerando receita de US$ 168,8 milhões. A média diária foi de 6.974 toneladas, queda de 13,6% em relação ao mesmo período do ano passado. A receita caiu ainda mais, 22,3%, refletindo a concorrência de outros fornecedores e os estoques elevados na Ásia.
Mesmo com o recuo nas vendas externas neste mês, o Brasil deve encerrar 2025 como maior exportador mundial de algodão, responsável por cerca de 20% do comércio global da fibra. O desempenho mantém o país como peça central no abastecimento da indústria têxtil internacional.
Fonte: Pensar Agro